
Estudo americano mostra como a pílula transformou a sociedade em 50 anos de existência
Estudo realizado pelo Instituto Guttmacher, organização de saúde sexual dos Estados Unidos, revela que 80 milhões de mulheres utilizam a pílula anticoncepcional no mundo. O maior percentual de consumidoras reside na Europa e nos Estados Unidos e utilizam o método para planejar o tamanho da família, se dedicar aos estudos e à carreira.
A última pesquisa mostra que o número de mulheres na América Central e do Sul que utilizam a pílula anticoncepcional chega a 16 milhões. Em 1969 o total de usuárias equivalia a 15% da população feminina na região. Em 2000 esse percentual já era de 70%.
Além do número de usuárias, o estudo revela também o perfil das mulheres e as mudanças comportamentais causadas pelo advento da pílula. As brasileiras, por exemplo, usam os contraceptivos orais durante um período maior – entre dois e cinco anos -, enquanto as mexicanas utilizam o método por apenas um ano sem interrupção.
“Normalmente, as mulheres realizam uma pausa no uso da pílula por razões culturais. No entanto, não é um procedimento recomendado, justamente por haver a possibilidade de ocorrer uma gestação não planejada neste período”, afirma o Prof. Dr. Afonso Nazario, Chefe do Departamento de Ginecologia da UNIFESP.
Paralelo ao surgimento da pílula, as mulheres iniciaram uma revolução silenciosa e discreta. A taxa de fecundidade brasileira decresce da média nacional de 6,3 filhos em 1960 para 5,8 filhos em 1970, chegando ao patamar de 2,3 filhos em 2000. A região Sudeste foi a que registrou o menor índice de fecundidade, 2,1 filhos por mulher, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Com a opção de controlar a fertilidade, a mulher pode escolher o momento ideal para ingressar no mercado de trabalho em busca de sua independência financeira ou ampliação dos bens de consumo de toda a família”, afirma Flavio Gikovate, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor.
A educação também sofreu mudanças. A expansão do ensino nas décadas de 60 e 70 permitiu que as mulheres aumentassem sua escolaridade e, com isso, passassem a pensar no desenvolvimento de uma carreira. “A pílula anticoncepcional surgiu em um momento já favorável para o início da ‘revolução de costumes’, período em que a sexualidade humana ganhou importância própria, desvinculando-a da necessidade de reprodução e permitindo que as mulheres pensassem em relações sexuais sem o pavor da gestação”, ressalta Gikovate.
Com maior escolaridade e buscando mais independência, a mulher começou a entrar no mercado de trabalho. De acordo com os indicadores da Fundação Carlos Chagas, a participação feminina no mercado ou na busca de emprego em 1976 era de 28,8%. Já em 2007, este índice representou um total de 43,6%. Em 2009, dados atualizados do IBGE revelam que o trabalho feminino já corresponde a 45,1% da população empregada no País.
Evolução da pílula
A primeira pílula, lançada nos Estados Unidos, possuía formulação com altas doses de hormônio, que gerava alguns efeitos colaterais, e assim não conquistou as usuárias. Em 1961, a Bayer Schering Pharma (BSP) lançou ANOVLAR®, a primeira pílula disponibilizada em países da Europa, Austrália, e Brasil, com formulação seis vezes maior que a quantidade de princípio ativo dos contraceptivos atuais.
No auge dos anos 70, surge a chamada segunda geração de pílulas, com redução significativa da quantidade de hormônios usados nas primeiras versões. No final dos anos 90 é inaugurada a terceira geração da pílula anticoncepcional, com formulações de baixas doses e princípios ativos mais modernos que proporcionam outros benefícios além da contracepção.
O surgimento da pílula anticoncepcional, no início da década de 60, permitiu que a mulher passasse a controlar sua fertilidade, conquistasse liberdade sexual com segurança e praticidade e, mais recentemente, aliasse a contracepção a outros benefícios propiciados pela pílula. Hoje a mulher exerce diversos papéis, seja como profissional, administradora do lar, estudante, solteira, esposa ou mãe, mostrando que as influências comportamentais e a moda feminina que marcaram as décadas anteriores são visíveis no dia a dia.
Estudo realizado pelo Instituto Guttmacher, organização de saúde sexual dos Estados Unidos, revela que 80 milhões de mulheres utilizam a pílula anticoncepcional no mundo. O maior percentual de consumidoras reside na Europa e nos Estados Unidos e utilizam o método para planejar o tamanho da família, se dedicar aos estudos e à carreira.
A última pesquisa mostra que o número de mulheres na América Central e do Sul que utilizam a pílula anticoncepcional chega a 16 milhões. Em 1969 o total de usuárias equivalia a 15% da população feminina na região. Em 2000 esse percentual já era de 70%.
Além do número de usuárias, o estudo revela também o perfil das mulheres e as mudanças comportamentais causadas pelo advento da pílula. As brasileiras, por exemplo, usam os contraceptivos orais durante um período maior – entre dois e cinco anos -, enquanto as mexicanas utilizam o método por apenas um ano sem interrupção.
“Normalmente, as mulheres realizam uma pausa no uso da pílula por razões culturais. No entanto, não é um procedimento recomendado, justamente por haver a possibilidade de ocorrer uma gestação não planejada neste período”, afirma o Prof. Dr. Afonso Nazario, Chefe do Departamento de Ginecologia da UNIFESP.
Paralelo ao surgimento da pílula, as mulheres iniciaram uma revolução silenciosa e discreta. A taxa de fecundidade brasileira decresce da média nacional de 6,3 filhos em 1960 para 5,8 filhos em 1970, chegando ao patamar de 2,3 filhos em 2000. A região Sudeste foi a que registrou o menor índice de fecundidade, 2,1 filhos por mulher, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Com a opção de controlar a fertilidade, a mulher pode escolher o momento ideal para ingressar no mercado de trabalho em busca de sua independência financeira ou ampliação dos bens de consumo de toda a família”, afirma Flavio Gikovate, psiquiatra, psicoterapeuta e escritor.
A educação também sofreu mudanças. A expansão do ensino nas décadas de 60 e 70 permitiu que as mulheres aumentassem sua escolaridade e, com isso, passassem a pensar no desenvolvimento de uma carreira. “A pílula anticoncepcional surgiu em um momento já favorável para o início da ‘revolução de costumes’, período em que a sexualidade humana ganhou importância própria, desvinculando-a da necessidade de reprodução e permitindo que as mulheres pensassem em relações sexuais sem o pavor da gestação”, ressalta Gikovate.
Com maior escolaridade e buscando mais independência, a mulher começou a entrar no mercado de trabalho. De acordo com os indicadores da Fundação Carlos Chagas, a participação feminina no mercado ou na busca de emprego em 1976 era de 28,8%. Já em 2007, este índice representou um total de 43,6%. Em 2009, dados atualizados do IBGE revelam que o trabalho feminino já corresponde a 45,1% da população empregada no País.
Evolução da pílula
A primeira pílula, lançada nos Estados Unidos, possuía formulação com altas doses de hormônio, que gerava alguns efeitos colaterais, e assim não conquistou as usuárias. Em 1961, a Bayer Schering Pharma (BSP) lançou ANOVLAR®, a primeira pílula disponibilizada em países da Europa, Austrália, e Brasil, com formulação seis vezes maior que a quantidade de princípio ativo dos contraceptivos atuais.
No auge dos anos 70, surge a chamada segunda geração de pílulas, com redução significativa da quantidade de hormônios usados nas primeiras versões. No final dos anos 90 é inaugurada a terceira geração da pílula anticoncepcional, com formulações de baixas doses e princípios ativos mais modernos que proporcionam outros benefícios além da contracepção.
O surgimento da pílula anticoncepcional, no início da década de 60, permitiu que a mulher passasse a controlar sua fertilidade, conquistasse liberdade sexual com segurança e praticidade e, mais recentemente, aliasse a contracepção a outros benefícios propiciados pela pílula. Hoje a mulher exerce diversos papéis, seja como profissional, administradora do lar, estudante, solteira, esposa ou mãe, mostrando que as influências comportamentais e a moda feminina que marcaram as décadas anteriores são visíveis no dia a dia.
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