A ideia de estragar o vestido de noiva parece impensável para você? Pois saiba que essa é uma tendência que se difundiu pelo Brasil. O "Trash the Dress" é uma proposta de ensaio fotográfico de casamento em que não existe preocupação com o vestido. A noiva pode rolar na areia, entrar na água, deitar no chão, enfim, ficar bem à vontade para a sessão de fotos, que acontece dias depois da cerimônia ou da lua-de-mel.
Pela tradução literal, "Trash the Dress", de origem norte-americana, seria "jogar o vestido no lixo", porém a versão da proposta adotada no Brasil não costuma ser radical ao ponto de não sobrar nada do modelito. "Somos mais flexíveis; a noiva não destrói o vestido, apenas não tem medo de sujar e molhar", explica o fotógrafo Jared Windmüller, um dos primeiros a trabalhar com a tendência no Brasil. "Quer sujeira pior do que aquela da barra do vestido depois de arrastá-lo pelo salão?", brinca o profissional de Florianópolis (SC).

Uma das clientes de Rocha assina embaixo: "Meu vestido ficou bem sujo porque a água da cachoeira onde fotografamos tinha muito barro, mas nada que o sistema de lavagem não resolvesse", conta Karina Ferreira Castilho, de São José do Rio Preto (SP). Ela diz que a loja onde alugou o vestido sabia do ensaio e inclusive a autorizou a ficar com a peça por mais tempo, pois o "Trash the Dress" foi realizado quase um mês depois do casamento.

Como é realizado
O "Trash the Dress" exige uma certa ousadia tanto da noiva quanto do noivo, que também participa das fotos com a roupa usada no casamento, por isso quem topa fazer o ensaio precisa estar disposto a se soltar. “O resultado depende muito do casal, da empolgação”, explica Jared Windmüller. "O fotógrafo tem que interagir com o casal desde o começo, deixá-lo bem à vontade", complementa.

O local escolhido para o ensaio deve permitir, de preferência, ambientes variados e inusitados. Uma praia com mata, por exemplo, ou uma fábrica abandonada com um lago por perto. O elemento água é importante, pois, em geral, o "Trash the Dress" termina com o vestido molhado.

Quem prefere um ensaio mais delicado ou não quer molhar o vestido pode aderir a uma versão "mais light": o "The Day After". Segundo o fotógrafo El Grego, que mora há cinco anos no Brasil, esse estilo é muito comum na Europa. "No 'Trash the Dress' americano, a noiva destrói o vestido, mas com glamour, num ambiente dramático e com água. Já no 'The Day After', o casal é fotografado depois do casamento num local que combine com seu estilo", diz o profissional.
El Grego revela que procurou juntar essas duas tendências no Rio de Janeiro, fazendo fotos tanto na praia (sem a necessidade de entrar no mar) quanto em locais alternativos, como embaixo do túnel ou na favela. O fotógrafo conta que até já acompanhou os noivos na lua-de-mel: "Eles queriam registrar os momentos logo após o casamento e nossa equipe acompanhou a viagem durante três dias".
O resultado final do "Trash the Dress" e do "The Day After" costuma ser apresentado num álbum de fotos separado, complementar ao álbum de casamento, em formato de fotolivro. Quem já casou mas ainda guarda o vestido de noiva também pode aderir à ideia.
Dicas de noivas
Maria Carolina Torres Bodewig, que mora nos Estados Unidos mas realizou a cerimônia de casamento no Brasil, diz que o mais importante no "Trash the Dress" é se divertir: "É uma experiência única, você é o centro das atenções e nem percebe. Passa muito rápido porque a gente simplesmente se diverte".

E como será que ficou o vestido depois de subir a ladeira, rolar na areia e mergulhar no mar? "Perfeito. Não tive dó em momento algum, mesmo sendo um vestido único, pintado a mão. Mandei para a lavanderia e ficou novo", conta Maria Carolina.

por Gabriela Metzker do BOL
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